A Química do Tesão
Como o desejo sexual se transforma em orgasmo.
O contato imediato entre duas pessoas causa diferentes efeitos. Um deles é o desejo, despertando o tesão como sintonia.
A partir daí as ações se dão por impulsos, entre a libido (Libido é o substantivo feminino com origem no latim e que é usado para descrever o desejo ou impulso sexual de um homem ou mulher) e lascívia (Lascívia significa sensualidade, libidinagem, luxúria. É uma característica de quem tem despudor, quem tem modos libertinos, libidinosos, quem tem propensão para a sensualidade), fatores componentes da química da sexualidade.
Duas pessoas sentem-se fortemente atraídas. Desta sensação, os afetados passam a ter suas ações regidas por diferentes sinais, que variam entre a libido e a lascívia. Da química desse tipo de contato imediato nasce o impulso sexual quase sempre marcado por emoções intensas e primitivas. É o chamado tesão, uma palavra que a trinta anos era considerada chula, vulgar e que hoje transformou-se numa definição amplamente aceita e empregada em diferentes situações. Pode ser um sinônimo de atraente, de desejável, de gostoso, do ponto de vista carnal ou não. Especificamente para homens tesão também pode se referir a um estado de prontidão sexual, a manifestação mais explícita de vitalidade. Na prática, é a senha para sobrevivência da espécie e, também, de acesso ao mais intenso dos prazeres do corpo.
O tesão, é na verdade uma manifestação eloqüente de que “se está vivo”. A partir daí dá-se início a uma verdadeira revolução no processo vital do prazer, onde tesão se transforma em orgasmo. A palavra é oriunda do grego significa “inchar”. E de fato, tanto o corpo masculino quanto o feminino, “incham”, de diferentes maneiras, até o limite máximo, até o clímax, até sobrevir o orgasmo.
Estudiosos da sexualidade humana definem o orgasmo como “a súbita e rítmica contração muscular na região pélvica que alivia a tensão sexual acumulada”. Mas são inúmeras as descrições e definições possíveis sobre o que vem a ser o orgasmo. Alguns o descreve como: “explosão dentro do corpo, saindo violentamente para fora, através da ejaculação”.
Outros ainda o descreve como: “sensação maravilhosa do corpo todo se dissolvendo, em que a cabeça para de sentir”. No entanto, tudo começa no cérebro. O desejo começa a se instalar na cabeça (os antigos diziam que a mulher quando está com muito fogo ele sobe para cabeça. E eles estavam certos), mas, isso é válido para o homem também, aliás, o homem pensa muito mais em sexo durante um dia do que a mulher. O desejo é um processo puramente psicológico, onde não há qualquer tipo de resposta orgânica. Na realidade, estas começam a ocorrer na fase seguinte: a excitação.
A excitação dos sexos
A excitação é um fenômeno do sistema nervoso chamado de “simpático”. Comum aos dois sexos pode ser sentida no aumento progressivo do ritmo cardíaco, podendo chegar a 180 batimentos por minuto. Nesse estágio o sangue circula mais rapidamente; a cor da pele muda e o nosso organismo, como um todo, começa a trabalhar como um escravo do prazer, respondendo sensivelmente aos estímulos ou caricias. Durante o processo, ocorrem trocas hormonais e uma crescente tensão até o ápice do gozo, um arrepio que percorre todo corpo, seguindo de um total relaxamento.
Nesse processamento químico, muito evidente também em diversas espécies de animais, o sentido do olfato desempenha um papel muito importante na excitação ou, se preferir, na aproximação sexual. Graças a ele, por exemplo, o macho da mariposa é atraído a quilômetros de distância pela fêmea para o acasalamento. Quando excitados, homens e mulheres também produzem substâncias químicas, ou afrodisíacas naturais – chamadas de feromônios, ou “odores do sexo”. A vagina é um potente órgão produtor dessas secreções que estimula, pelo olfato, o instinto sexual do homem.
Glândulas sudoríparas ou a pele (o suor), também são responsáveis pela fabricação de tal substância. O suor contém androsterona, um esteróide quimicamente semelhante ao hormônio sexual masculino – a testosterona. O cheiro é uma das coisas mais importantes da excitação. Nada oferece tanto tesão do que o cheiro da excitação dos corpos. O perfume atrapalha muito esse processo natural, mas a mulher ou homem podem usar, porém, evitar que seja muito forte, mas mais gostoso é quando os dois perfumes se misturam àquele que ela usa e o que sai do “corpo” do seu parceiro ou vice-versa. Para as mulheres o cheiro também é muito importante neste processo.
O seu tesão vai a mil quando seu parceiro estiver exalando “um cheiro de macho” um pouco suado, meio salgado. Apesar de existir algumas dúvidas da capacidade do olfato humano, nada está tão suficientemente comprovado como a eficácia da função desempenhada pelos hormônios sexuais na libido. Ela é essência e o principal deles é a testosterona. Segundo pesquisa do Instituto H. Ellis, trata-se de um hormônio, que apesar de masculino, também, é produzido em menores quantidades pelas mulheres.
Nos dois sexos, ocorrem interações químicas entre a testosterona e os chamados hormônios femininos – o estrógeno e a progesterona – que influenciam diretamente no desejo e no desempenho sexual. Na puberdade os hormônios masculinos estão no auge, o que explica a urgência sexual dos adolescentes. O pico da produção hormonal masculina se dá dos 17 aos 20 anos. Neste período o pênis do adolescente costuma estar em permanente ereção. No final da adolescência, o pênis alcança seu máximo vigor, depois do qual a virilidade começa a diminuir progressivamente até a velhice. Já no caso das mulheres o interesse sexual aparece por volta dos treze anos quando começa a menstruar.
A capacidade sexual masculina é inferior a das mulheres, principalmente quando então se refere a orgasmos múltiplos. Quando, então se fala em tesão, é preciso sempre ressaltar as diferenças. O homem excita-se – e tem orgasmo - com mais facilidade e rapidez. A desvantagem está na capacidade orgasmática. Uma mulher, quando devidamente estimulada, tem a capacidade de atingir segundo especialistas e com certo exagero – até vinte orgasmos por relação sexual, porém a média comum fica entre um e três podendo até sete sem muito esforço se bem excitada. O homem, pelo contrário, após a ejaculação, precisa de um período de descanso para repor suas energias e restaurar o tesão. Todavia as diferenças já começam a ocorrer na fase de excitação.
A ereção é um sinal inequívoco da excitação masculina. Nas mulheres, o processo é mais difuso. Os mamilos tornam-se rijos, os seios aumentam, as veias da pele ficam mais visíveis. O homem necessita de cerca de 20 a 30 centímetros cúbico de sangue irrigando os órgãos genitais. A mulher precisa do triplo desta quantidade para se excitar. A mulher também tem ereção. Esse sangue faz aumentar o tamanho do clitóris e os pequenos lábios da vagina.
O clitóris maior responsável pelo prazer feminino se torna ereto quando estimulado. Essa ereção feminina, porém, ocorre bem mais lentamente que no homem. Quando a mulher está muito excitada ele tem um considerável aumento da pulsação e da respiração. Ela fica muito lubrificada graças a uma “transpiração” das paredes da vagina – que secretam um líquido doce, chamado de “ambrosia” pelos orientais. Começa então a retração dos lábios externos e do clitóris, nesse ponto, a mulher chega à sua fase de platô, ou seja, quando a excitação chega ao máximo e não tem retorno. Apesar de controlável, o tempo de se chegar ao êxtase está diretamente ligado à sua intensidade, que se manifesta nas mulheres a partir da contração intensa da vagina e do útero, processo que dura de 4 a 6 segundos.
Nos homens durar de 3 a 4 segundos e costuma coincidir com a ejaculação. É a chamada fase de resolução, ou seja, quando o pênis relaxa e perde a ereção. Já a mulher, após orgasmo, há o relaxamento de todo o corpo na fase de resolução e, caso seja estimulado, seu corpo retorna à fase de platô e está pronto a ter orgasmos.
Há um assunto que inevitavelmente aflora quando se fala em orgasmo: não são poucas as mulheres que admitem fingir gozar, ou seja, representam que estão experimentando as sensações do orgasmo. Isso costuma ocorrer porque o orgasmo feminino depende muito do envolvimento emocional e do nível de intimidade com o parceiro. Por timidez elas não confessam suas dificuldades e, justamente, a melhor maneira de superar o problema é comunicar-se, falar sobre ele. Não existe inimigo maior do tesão é a falta de informação.
A educação sexual nas escolas e em casa sempre foi motivo de tabu e ainda é até hoje, ainda tem muito desse tabu nas informações que são passadas. Mesmo com a maior liberação sexual, a maioria das pessoas (principalmente as mulheres) aprende “na vida” e “na marra”, e comumente acaba reproduzindo e repetindo práticas inadequadas. Muitos homens ignoram como se dá o orgasmo feminino, ou então se apóiam na crença de que basta a penetração para ele estar assegurado.
A situação estaria melhor se a própria mulher conhecesse o seu corpo e a dinâmica complexa de seu prazer. E junto com a desinformação, vêm os mitos e tabus para completar o quadro.
Quando falta sintonia, falta tesão
Todos nós já sentimos, ao menos uma vez na vida, uma perda injustificada do tesão, um desinteresse, uma perda do apetite sexual. Essa é uma queixa comum de pessoas estressadas, por exemplo. Mas afora o estresse, o problema pode ter causas orgânicas e psíquicas. De fundo unicamente psicológico há três razões:
1. A ansiedade como inimiga número um do tesão:
Em primeiro lugar, está a ansiedade como inimiga número um do tesão. O medo de falhar no desempenho sexual e não satisfazer a parceira, provoca inibição do desejo masculino.
2. A Depressão e a falta de tesão:
Outro fator é a depressão, que se apresentada como diferentes causas e, conforme o caso exige um tratamento específico, com medicamentos e terapia.
3. A falta de tesão devido a censura interna:
A terceira causa da falta do tesão reside em pensamentos inibitórios, numa espécie de censura interna, que reprime o desejo. Este problema é mais comum em mulheres, que sofrem em nossa cultura, uma repreensão sexual maior que os homens. Assim a mulher sadia, está apta para o sexo, mas incapaz de desfrutá-lo devido a pensamentos distorcidos.
Disfunção Sexual
Antigamente, a falta de desejo da mulher era denominada frigidez; hoje, esse termo foi abandonado e dá-se o nome genérico de disfunção sexual a este e outros problemas envolvendo os dois sexos. A disfunção mais comum nos homens é a dificuldade de ereção, a ejaculação precoce, além da disfunção orgásmica, ou seja, quando há a ejaculação sem orgasmo. No caso da mulher estariam a anorgasmia, que significa a dificuldade ou a incapacidade de obter orgasmo. Outro caso é o vaginismo, que vem a ser a contração involuntária dos músculos da entrada da vagina. E ainda a dispareumia, quando há dor na tentativa de penetração. Na mulher há também, a anafrodisia, ou a falta de tesão, deve-se aos pensamentos inibitórios e à repreensão, como dito, mas também ao desconhecimento da própria anatomia ou, ainda, à inabilidade ou pressa do parceiro. Porém, a maioria desses problemas é passível de tratamento, via terapia sexual, sendo raros os casos que apresentam origem orgânica.
Orgasmos simultâneo: Conheça mitos e verdades
Um dos mitos refere-se ao orgasmo simultâneo. As pessoas, a partir dos anos 60, começaram a acreditar que o orgasmo, para ser de verdade, precisava acontecer para os dois amantes ao mesmo tempo. Isso criou, muitas vezes, uma falsa expectativa e, portanto, uma frustração imensa e que perdura até hoje nos relacionamentos atuais é comum à mulher ainda acreditar neste mito, visto que, por exemplo, muitas mulheres têm dificuldades de conseguir um orgasmo, “comum” fosse.
A dificuldade maior para a simultaneidade do prazer, é que a excitação masculina e feminina tem diferentes tempos e diferentes ritmos, havendo geralmente a necessidade do homem “se atrasar” para sincronizar seu ritmo com o da parceira. O orgasmo simultâneo, porém, não é tão importante assim e costuma premiar aqueles parceiros que tem uma relação mais estável, que conhecem bem o parceiro ou parceira e que como bons amantes, queiram aprimorar-se mutuamente cada vez mais nas técnicas do prazer.
Orgasmos múltiplos: Saiba mais sobre esse assunto
Outro mal-entendido diz respeito aos orgasmos múltiplos. É certo que as mulheres têm esse potencial de se satisfazerem não apenas com um, mas com uma sucessão de orgasmos. Eles não são obrigatórios, mas acontecem para 67% das entrevistadas – segundo um relatório recente, numa amostragem de 106 mil mulheres. Também o orgasmo múltiplo depende da experiência, de treino. Pesquisas demonstram que a maioria das mulheres tem orgasmos múltiplos quando os treinam através da masturbação. Não é difícil de entender o porquê: elas podem aprender a controlar e manter a excitação por mais tempo. Ao seu bel prazer. No entanto este não deve ser confundido com o padrão ideal, porque igualmente um grande número de mulheres satisfaz-se com um único orgasmo e sente, inclusive, dor se forem acariciadas depois do clímax.
Orgasmo e Ejaculação é a mesma coisa?
Este é outro tipo de mistificação. “Ainda que seja raro, é possível tanto ao homem quando a mulher ejacularem sem ter orgasmo e vice-versa”. Quando ejaculam sem orgasmo, isto pode ser fruto de algum distúrbio de natureza psicológica ou orgânica. É aconselhável neste caso, procurar um especialista. Mas, também pode sentir orgasmo sem a descarga do sêmen, como acontece com pacientes submetidos à cirurgia de próstata. É possível ao homem, depois de controlar cada vez mais a ejaculação e obter, assim, um orgasmo intenso, além de propiciar mais facilmente o gozo da mulher. Na realidade, o sexo é um aprendizado cumulativo.
Quanto mais praticamos sexo com a mente aberta, mais descobrimos seus segredos. Um deles diz respeito às carícias em partes do corpo particularmente sensíveis à excitação sexual, chamadas zonas erógenas. Mais uma vez, aqui, ressaltam-se as diferenças entre os sexos e entre os indivíduos. Há homens com sensibilidades nos mamilos e no ânus, outros que não suportam ser tocados nessas partes, principalmente nessa última, possivelmente por medo ou insegurança de que isso venha a afetar sua virilidade. Nas mulheres, o processo é, outra vez, mais difuso. Além dos seios, do rosto e das partes genitais, há outras áreas insuspeitadas que aumentam o tesão.
Muitos homens e mulheres perguntam nas minhas palestras. Qual a freqüência ideal para a prática do sexo. Afora outros fatores, a idade determina um papel essencial, uma vez que a função sexual é regulada pela produção de hormônios. Depois de alcançar o apogeu no final da adolescência, a produção hormonal começa a diminuir com o passar do tempo, e nossos péssimos hábitos com o corpo (exercícios) com a saúde (alimentação) ajudam a intensificar esse quadro. Isso faz com que a excitação sexual que já é progressivamente mais lenta com o passar da idade, é acelerada com os maus hábitos, tanto para o homem quanto para mulher.
Segundo uma pesquisa do National Instituto f Aging de Baltimore (EUA), baseada em 4.000 mil entrevistas, “o normal é que o homem alcance apenas um orgasmo e não tente outro depois”. A exceção está entre os homens casados que ainda não chegaram aos 20 anos, sendo que 15% destes, “são capazes de experimentar duas ou mais ejaculações durante uma atividade sexual continuada”.
Na idade de 30 anos, a freqüência é de 121 por ano, o que significa algo em torno de 3 orgasmos por semana. Aos 70 anos, esse índice declina a 22 orgasmos anuais.
Dos 35 a 50 anos, a fase mais estressante da vida moderna, é normal que as ereções se tornem mais lentas ou mais sensíveis ás distrações. À medida que o homem envelhece a necessidade ou a capacidade de ter orgasmo é menos intensa. Há mudanças naturais, trazidas pelo envelhecimento, e não é incomum que na faixa dos 40 aos 50, homens necessitem de uma “mãozinha da parceira em massagens ou outros estímulos, para conseguirem uma ereção completa”.
Mas homens, não fiquem desanimados! Há muitas mulheres jovens, (aliás, de qualquer idade) que vêem vantagens nessas mudanças masculinas, elas encontram muitas vantagens de namorar homens nas faixas entre 40 a 55 anos. Elas observam que “o pênis não fica mais duro como um cabo de aço, como acontece na adolescência”, mas que, em compensação, a relação demora mais, principalmente na fase das carícias preliminares. Agora é importante entendermos que: “independente das mudanças que sofrem os órgãos genitais, o tempo não afeta a capacidade permanente para o prazer sexual”. Do tesão ao orgasmo, dos 15 aos 80 anos, do homem para a mulher, da mulher para o homem, o sexo nos reserva, a todos, em todas as idades e etapas, um conhecimento renovado sobre nosso corpo e nosso prazer.
Portanto! Indiferente da sua idade ou sexo, nunca deixe de amar e principalmente de gozar!!
Um grande abraço, e até a próxima.